terça-feira, 24 de dezembro de 2013

A Tragédia que Dura o Ano Todo

Confesso que eu não estava planejando escrever nada sobre o natal, mas nas últimas duas semanas o estado onde moro foi castigado com chuvas intensas e initerruptas ocasionando um estrago em diversas cidades e algo nisso tudo me chamou muita atenção. Doeu ver milhares de pessoas desabrigadas e vários pontos turísticos, cidades e praças totalmente cobertos de água. 

Algumas ONG's com o apoio do governo disponibilizaram diversos pontos para doações de alimentos, roupas, água mineral, remédios, etc.. Nunca tinha visto uma mobilização tão grande de voluntários lotando galpões de mantimentos e ajudando a organizá-los nos carros para distribuição. Durante os constantes noticiários, pude perceber nas entrevistas uma alegria, cofesso que, surreal, no rosto das pessoas que podiam contribuir de alguma forma com toda a mobilização.  

A satisfação e a euforia por poder contribuir e ajudar era tamanha das pessoas que durante a entrevista de um voluntário na televisão, minha mãe, que estava do meu lado assistindo também o noticiário, chegou a comentar: "Esse homem tem algum problema mental?" - Antes que me julguem, preciso achar o vídeo e disponibilizar aqui, pois foi exatamente isso o que mais me chamou atenção.

Precisamos concordar que tem alguma coisa errada aí. Sempre existiram pessoas necessitadas! Durante todo o ano passamos na rua por mendigos, drogados e crianças sem um local sequer para encostar sua cabeça a noite, quanto mais um colchão ou um cobertor, que não seja um pedaço de papelão. A gente passa o ano todo sem fazer nada e a alegria dessas pessoas em poder ajudar é prova viva de que não estão acostumadas em doar tempo para o próximo porque se estivessem, o sentimento já seria comum. De longe se nota que estão experimentando algo novo ou algo muito ocasional. Não estou criticando a atitude solidária das pessoas, muito pelo contrário: Admiro muito, mas imagine quão bom seria se fosse assim durante todos os dias do ano?

Estou falando de mim também, pois reconheço que devo muito, assim como a grande maioria de pessoas, quando o assunto é se importar com próximo. Mas o que dói mais ainda é que esse "espírito de natal" - vulgarmente conhecido - só dura algumas poucas semanas de Dezembro. Quão longe estamos de cumprir o mais importante mandamento de Cristo: "Amarás a Deus acima de todas as coisas e o próximo como a ti mesmo" Mateus 22:37-39

D. A.

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